A Exploração no Underground: Quando o Lucro Vem Antes da Arte

 

O underground sempre foi um espaço de resistência, um refúgio para músicos e fãs que vivem a música com intensidade. No entanto, o que antes era um movimento autêntico, hoje está repleto de aproveitadores que usam a paixão dos artistas para lucrar sem dar nada em troca.

Eventos que cobram ingressos entre R$ 60 e R$ 300, mas não remuneram as bandas, são um exemplo claro disso. O discurso da "visibilidade" continua sendo usado como isca, levando músicos independentes a se apresentarem sem qualquer apoio financeiro. Muitos cedem, acreditando que essa exposição pode abrir portas, mas no fim, apenas os organizadores saem ganhando. Se o evento arrecada tanto dinheiro, o mínimo que deveria ser feito é oferecer uma ajuda de custo para transporte, alimentação e estadia.

Além disso, há aqueles que vendem promessas vazias. Cobrar R$ 800 a R$ 1.400 por entrevistas, garantindo "mundos e fundos" sem cumprir o combinado, é mais uma prova de que a cena está contaminada por oportunistas. É claro que a mídia independente também precisa se sustentar, mas há uma diferença entre cobrar por um serviço e enganar artistas que já enfrentam dificuldades para serem reconhecidos.

Se um evento underground não paga cachê, deveria ao menos oferecer suporte básico aos músicos. Água, comida e transporte são o mínimo que qualquer organização séria deve garantir. O underground só vai continuar existindo se houver respeito e valorização de quem faz a música acontecer. Afinal, sem as bandas, não há cena.

VIVI MOREIRA – RÁDIO ROTA 220

Vivi Moreira é Compositora, Produtora, designer, toca violão, master chef nas horas vagas, idealizadora da Rádio Rota 220 e Rock Fusion Produções. Escreve sobre música e entrevista artista, produtores e jornalistas no canal do youtube e é uma amante da arte e tecnologia.

@radiorota220oficial